segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Parceria humaniza o trânsito

Em dois anos de atuação, o Programa Educando e Valorizando a Vida já realizou mais de 800 mil avaliações de candidatos à obtenção da CNH

Silma Júlia de Oliveira, diretora do programa Educando e Valorizando a Vida
Desde que assumiu a responsabilidade pela aplicação das provas de Prática de Direção Veicular e de Legislação de Trânsito, há dois anos, o Programa Educando e Valorizando a Vida (EVV), da Universidade Estadual de Goiás, atendeu mais de 800 mil candidatos à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. Nesse período foram formados 211 examinadores e atendidas 69 cidades, com a realização de 2.760 bancas de Direção Veicular e 1.516 de Lei de Trânsito. Cada banca tem 14 examinadores. Foram realizadas no período 814.962 avaliações, segundo informação da diretora do programa, professora Silma Júlia de Oliveira.

A parceria da UEG com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), na avaliação da diretora do Programa Educando e Valorizando a Vida, prioriza o trabalho de educação e humanização do trânsito. Por isso mesmo, a missão dos professores da Universidade vai além da realização da prova prática de direção veicular para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O programa da UEG realiza cursos de formação de examinadores, seminários e campanhas de educação do trânsito em todo o Estado, buscando a integração com os Centros de Formação de Condutores. "Nossa proposta é colocar em prática um conjunto de ações que vão desde a avaliação dos candidatos a medidas educativas que humanizem o trânsito e ajudem na formação de um cidadão mais consciente ao volante".

No ano passado, o Programa Educando e Valorizando a Vida colocou em ação 18 projetos de extensão abrangendo o tema Educação no Trânsito. Esses projetos estão sendo levados à comunidade de forma diversificada. Um dos exemplos é o projeto Educação para o trânsito: UEG mediando saberes, nascido em 2001, na Unidade Universitária de Uruaçu, e que, com um novo formato, conta agora com a adesão da Universidade em sua execução. Coordenados pela professora Márcia Mendes Márquez de Oliveira, os estudantes daquela unidade se propuseram a executar, numa visão de políticas de inclusão e construção de cidadania, a formação para a vida no trânsito com responsabilidade, conhecimento e segurança. Esse projeto foi desenvolvido em instituições de Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos, no ano letivo de 2006, priorizando as escolas que apresentaram maior número de alunos jovens e adolescentes em via de requerer a CNH. Em 2007, o projeto atingiu 1.400 alunos das redes pública e particular. A coordenadora do projeto diz que o resultado foi positivo: "Conseguimos sensibilizar os alunos para a prática da direção responsável".

Ainda no ano passado, durante a Semana Nacional do Trânsito, realizada em setembro, o programa da UEG desenvolveu atividades conjuntas, como blitz educativas na Feira da Lua, na Praça Universitária, nos semáforos e em bares da Grande Goiânia, como também em muitas outras cidades do Estado.

Outro programa inovador é o que oferece curso de Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) para examinadores. Graduada em Docência Universitária e Educação para a Diversidade, a professora e também examinadora da UEG Márcia Helena Ristov é a responsável pela execução do projeto, que tem como meta a inclusão social das pessoas portadoras de deficiências. Na construção de uma postura inclusiva, foi promovido um curso de 40 horas de ensino dos sinais básicos em Libras, visando à boa comunicação entre professores/examinadores e surdos durante a prova veicular. Segundo a coordenadora, o importante é que o surdo tenha ao seu lado um professor/examinador qualificado para dar as instruções da prova em Libras. O projeto atingiu 260 professores/examinadores.

Frustrando fraudes e qualificando condutores

Os dados estatísticos da atuação do Programa Educando e Valorizando a Vida são bastante positivos, na avaliação da professora Silma Júlia. Nos dois anos de atuação, e tendo realizado até janeiro deste ano 814.962 avaliações, o programa enfrentou somente uma tentativa de fraude. Foi na cidade de Santo Antônio do Descoberto, no entorno de Brasília. A tentativa de fraude foi frustrada graças à ação do Instituto de Identificação da Polícia Técnico-Científica de Goiás.

Durante a realização da prova, ao fazer a identificação de um candidato e confrontar a impressão digital do seu polegar direito com a impressão digital da identidade apresentada, o papiloscopista constatou divergência. Após o término da prova, o candidato foi chamado e confessou o delito, apontou onde estaria o dono da identidade, que foi detido por um policial militar e depois ambos foram conduzidos à delegacia.

A infração penal de Falsa Identidade está prevista no Código Penal Brasileiro, no artigo 308, segundo o qual é crime usar, como próprios, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro. A pena é de detenção de quatro meses a dois anos, ou apenas multa, se o fato não se constituir objeto de crime mais grave. A UEG contratou o Instituto de Identificação da Polícia Técnico-Científica de Goiás para atuar na identificação dos candidatos à prova de Legislação de Trânsito aplicada pelo EVV.

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